O que é white label, como funciona e como aplicar?

Sabia que dá para lançar um novo produto ou serviço no mercado sem se preocupar com a fabricação ou desenvolvimento? Isso é possível graças ao modelo white label, que permite personalizar uma solução genérica e vender com a sua marca.

Inúmeras empresas utilizam esse modelo para reduzir custos de produção, agilizar lançamentos e expandir seus negócios. Por isso, preparamos este guia para você ficar por dentro do significado de white label e aprender a aplicar essa estratégia na sua empresa.

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O que é white label?

White label (ou “etiqueta branca”, em português) é uma estratégia de negócio em que um produto ou serviço é desenvolvido por uma empresa, mas comercializado com a marca de outra empresa. Ou seja, uma empresa cria um produto ou serviço sem marca (genérico) e disponibiliza para terceiros venderem com sua identidade visual e adaptações desejadas, como se tivessem desenvolvido o item.

Por essa razão, os produtos white label também são chamados de “produtos de marca branca ou etiqueta branca”. Um exemplo clássico são as fábricas de roupas que vendem peças prontas sem marca, para que empresas de moda comprem os produtos e coloquem suas próprias etiquetas.

Outro exemplo comum do dia a dia são os supermercados que compram produtos de diversos fornecedores e comercializam com sua marca própria — a chamada marca de distribuidor (MDD) — como a Taeq do Carrefour e a Qualitá do Extra.

Mas a estratégia white label se estende a todos os produtos que você possa imaginar, como eletrônicos, bebidas, cosméticos, itens de informática, softwares etc. No setor de serviços, a marca branca se aplica a plataformas financeiras, seguros, serviços de internet, aplicativos de streaming e delivery, plataformas de conteúdo e muito mais.

Isso significa que todos esses produtos e serviços podem ter seu desenvolvimento ou fabricação terceirizados. Isso vale a pena porque reduz custos de produção, agiliza o lançamento no mercado e permite expandir as vendas com rapidez e praticidade.

💡Saiba mais: O que é e-commerce outsourcing e como crescer com a terceirização?

Como funciona uma solução white label?

As soluções white label são implementadas por meio de uma parceria comercial estratégica entre empresas fabricantes/desenvolvedoras e marcas interessadas nos produtos e serviços de marca branca.

Nesse arranjo, a empresa que desenvolve o produto “em branco” assume toda a responsabilidade pela criação, produção e testes, entregando uma solução pronta para o parceiro. O parceiro, por sua vez, foca na personalização com sua identidade visual, marketing e vendas.

Esse processo único do white label permite que a empresa compradora otimize o tempo e reduza significativamente o investimento que seria necessário para desenvolver uma solução do zero.

Em vez de alocar recursos em áreas que não são seu core business (atividade principal), a marca pode se concentrar no que já domina, deixando que especialistas cuidem das demandas tecnológicas ou de produção.

Já para as empresas provedoras de soluções white label, a vantagem é ter a possibilidade de vender uma mesma solução para diversos clientes, aumentando seu alcance e faturamento.

Por exemplo, uma empresa que fabrica acessórios para pets pode vender um modelo de brinquedo para diversas marcas, que vão personalizar o item e embalar com sua identidade visual. O mesmo acontece com confecções, fábricas de eletrônicos e plataformas SaaS (Software as a Service ou software como serviço).

Qual é a diferença entre white label e private label?

A principal diferença entre os modelos white label e private label é a questão dos direitos autorais, embora ambos sejam similares.

No modelo white label, o produto não tem direitos autorais e não exige exclusividade, permitindo que a empresa desenvolvedora venda para diversas marcas. Geralmente, as empresas compradoras modificam a embalagem e visual (ou interface, no caso de softwares).

Já no private label, a empresa compradora contrata um fabricante para produzir algo seguindo especificações próprias e rigorosas. Dessa forma, o contrato desse modelo de produção envolve exclusividade na produção e comercialização.

Por isso, o private label é mais indicado para criar produtos próprios e exclusivos sob encomenda. Mas, por ser algo único e feito sob medida, também requer um investimento bem maior do que o do white label.

Qual é a diferença entre white label e franquia?

Lendo até aqui, você deve ter pensado “mas white label não é um tipo de franquia, já que ambos envolvem a revenda de soluções de terceiros?”. Na realidade, são modelos bem diferentes, porque a franquia exige o uso da marca do franqueador na revenda dos produtos/serviços — e o pagamento de taxas por esse direito.

Ao tornar-se um franqueado, você precisa seguir todas as especificações da marca e pagar royalties, além de uma taxa de franquia e uma taxa de publicidade. Além disso, a operação do negócio segue as regras de operação do franqueador.

O white label, por outro lado, proporciona mais liberdade para personalizar e vender o produto como você quiser, já que não existe vínculo com o fornecedor original.

Por exemplo, se você abre uma franquia da Lupo, precisa investir a partir de R$ 500 mil para abrir uma loja nos moldes exigidos e vender somente o estoque da marca. Agora, se você abrir uma loja de moda própria e comprar peças white label de uma confecção, pode personalizá-las com a sua marca, embalar, precificar e vender como preferir.

Quais são as vantagens do white label?

Quer saber por que as empresas investem em soluções white label? Confira as principais vantagens desse modelo:

• Baixo custo: comprar uma solução white label e personalizar com a sua marca é muito mais barato do que desenvolver produtos e serviços do zero;
• Entrada rápida no mercado: sem a fase de desenvolvimento, o go-to-market (lançamento e entrada do produto no mercado) é muito mais rápido;
• Alta qualidade: empresas que vendem soluções white label têm a especialização e a expertise necessária para oferecer produtos de alta qualidade;
• Soluções previamente testadas: frequentemente, os produtos e serviços de etiqueta branca já foram testados e validados no mercado, já que são vendidos para diversas empresas e constantemente aprimorados;
• Ampliação de portfólio: o white label é a forma mais rápida e econômica de adicionar novos produtos e serviços ao portfólio de uma empresa, caso seja preciso explorar novos mercados;
• Liberdade de precificação: quem vende produtos de etiqueta branca tem a liberdade de definir os próprios preços de revenda, ajustando-os conforme sua estratégia de mercado e público-alvo.

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Quais são os desafios de trabalhar com white label?

Trabalhar com white label pode valer a pena financeiramente e estrategicamente, mas é preciso ter atenção a alguns desafios. Os principais são:

• Falta de exclusividade: obviamente, se você vende o mesmo produto que outras empresas, ainda que com uma marca diferente, é mais difícil criar uma vantagem competitiva com base no produto em si;
• Dificuldade no controle de qualidade: para trabalhar com white label, você precisa confiar muito no fornecedor, pois é difícil manter controle sobre a qualidade e o processo de desenvolvimento;
• Personalização limitada: embora a identidade visual possa ser aplicada aos itens de etiqueta branca, não é possível ir muito além da estética. Afinal, a personalização de funcionalidades do produto em si é limitada;
• Dependência do fornecedor: investir em white label significa depender sempre do mesmo fornecedor para comercializar o produto/serviço marca. Caso seja necessário trocar, a experiência do cliente será impactada.

Em quais áreas o white label é aplicado?

O white label se popularizou em diversos setores. Veja as aplicações mais comuns da estratégia:

Produtos white label

Os produtos white label podem ser versões genéricas fabricadas para atender a diversas marcas ou produtos in natura, no caso de alimentos. Veja alguns exemplos:

• Cosméticos e produtos para pele: no mercado de beleza, muitas marcas usam fórmulas white label em comum e diferenciam produtos pela embalagem, como hidratantes faciais e corporais, esfoliantes, shampoos, sabonetes etc.;
• Acessórios para celular: capas, cabos e suportes que podem ser facilmente personalizados com logotipos e designs;
• Roupas e acessórios fitness: tapetes de ioga, leggings, camisetas, e outros itens esportivos;
• Produtos para pets: camas, brinquedos, petiscos, roupas etc.;
• Alimentos e bebidas: grãos de café, cervejas, massas, sucos, etc.

Outros itens comuns na produção white label são canecas, garrafas de água, óleos essenciais, luzes LED, ecobags e massageadores.

Conteúdo white label

No marketing digital, o white label permite a criação de conteúdo focado em um nicho de mercado sem referência direta à marca produtora. Assim, agências de marketing podem oferecer diversas soluções de automação, análise de dados de clientes e produção de conteúdo como se fossem suas, utilizando serviços de terceiros.

SaaS white label

O mercado SaaS (Software as a Service, ou software como serviço) white label é um dos mais inovadores e populares atualmente. O foco desse setor é a venda de softwares e plataformas customizáveis por assinatura, sem a necessidade de instalação ou manutenção.

Na prática, a empresa assinante tem acesso a um aplicativo ou sistema pronto para uso, que pode ser customizado com a sua marca. A própria Nuvemshop pode ser utilizada como exemplo de SaaS white label, já que é uma plataforma de e-commerce que permite que lojistas construam suas lojas virtuais com base na estrutura e tecnologia oferecida.

Para quem precisa de um nível de customização mais elevado, temos a Nuvemshop Next, uma plataforma pensada para marcas em expansão com personalização avançada, um gerente de e-commerce dedicado e mais de 200 integrações.

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Fintechs white label

O mercado financeiro revolucionou o white label com as fintechs (startups de soluções financeiras com tecnologia avançada e modelo de negócio escalável). Muitos bancos digitais conhecidos, como Neon, Banco Original e C6 Bank, começaram utilizando plataformas white label para lançar seus serviços rapidamente e ajustar suas ofertas.

A Diletta Pay, por exemplo, oferece uma estrutura pronta de SaaS com BaaS (Bank as a service, ou banco como serviço) integrado, permitindo que empresas comercializem produtos bancários como crédito PF e PJ, split de pagamentos, PIX, e muito mais sob sua marca.

Outro exemplo são os cartões de crédito white label, que são vendidos com estrutura e tecnologia financeira pronta, para que a empresa contratante tenha apenas que personalizar o visual do cartão.

Exemplos de aplicação do white label em negócios

Quer ver como uma estratégia white label funciona na prática? Confira alguns cases reais.

Ferpa Design: white label para expandir os negócios

A loja virtual de móveis para gatos Ferpa Design, cliente Nuvemshop Next (nossa plataforma de e-commerce para marcas em expansão), usa a estratégia white label para expandir os negócios de sua fábrica. A empresa fabrica móveis diversos sob encomenda para terceiros adaptarem com suas marcas e revenderem ao mercado, ampliando seus horizontes de atuação.

Fernando Sucollotti e Rodrigo Barros da Silva, sócios-fundadores da Ferpa Design.

Console portátil Zeenix da TecToy: white label de modelo chinês

A TecToy aplicou a estratégia white label para lançar seu console portátil, o Zeenix, no Brasil. A empresa utilizou o dispositivo chinês Ayn Loki Zero para construir seu produto, em colaboração com a Ayn.

Com essa estratégia de produção, a TecToy aumentou a qualidade do seu produto e agilizou o lançamento. Futuramente, se a marca crescer, a ideia é trazer a produção para o Brasil.

Plataforma de investimentos XP: o white label no mercado financeiro

Um exemplo de white label no mercado de investimentos é a plataforma de serviços financeiros da XP. Ela pode ser customizada com a marca de outras empresas, como escritórios de agentes autônomos e gestoras de patrimônio.

Dessa forma, os parceiros podem oferecer soluções de investimento e gestão patrimonial aos seus clientes utilizando a tecnologia e a estrutura da XP, mas com sua própria identidade visual.

Dicas para trabalhar com white label

Se você quer adotar o modelo de white label no seu negócio, siga nossas dicas para ter sucesso:

Encontre seu nicho de mercado

A adoção de uma solução white label começa com uma pesquisa aprofundada sobre o nicho de mercado em que você pretende atuar. Faça o seguinte mapeamento:

• Defina seu cliente ideal: quem você quer atender? Quais são as dores, desejos e hábitos de consumo desse público?
• Analise a concorrência: quais marcas já atuam nesse espaço? O que elas fazem bem e onde estão as brechas? Procure por uma oportunidade: pode ser um público mal atendido, uma faixa de preço inexplorada ou um apelo específico (sustentável, artesanal, fitness etc.);
• Valide a demanda: a solução que você quer oferecer realmente tem demanda no público-alvo? Use ferramentas de pesquisa de palavras-chave e análise de tendências de mercado para confirmar o potencial do seu nicho.

Busque parceiros de confiança

No white label, a confiabilidade do fornecedor é tudo. Afinal ele vai sustentar a qualidade do seu produto e a reputação da sua marca.

Por isso, faça uma investigação profunda sobre a credibilidade, o histórico da empresa e os feedbacks de outros clientes. E, claro, peça amostras para avaliar a qualidade de perto.

Além disso, avalie a capacidade produtiva do fornecedor, o custo-benefício e as possibilidades de negociação.

Invista na identidade visual

O que transforma um produto genérico em um produto campeão de vendas é a sua marca. Pensando nisso, desenvolva uma identidade visual forte e invista na embalagem.

Imagine como será o unboxing do seu produto para criar uma experiência única. Lembrando que, no white label, o acabamento e a marca são o que fazem diferença.

Crie diferenciais competitivos

Criar diferenciais competitivos é o grande desafio do white label. Para isso, você pode se destacar pela identidade visual, qualidade do atendimento, agilidade na entrega ou estratégias de marketing inovadoras.

Desenvolva uma cultura de feedback

Colete feedback dos usuários e clientes com frequência para entender o nível de satisfação com o seu produto white label. Identifique oportunidades de melhoria e aplique na prática, mostrando que você escuta seu público.

Seja transparente com o cliente

Muitas empresas têm receio de ter sua estratégia de white label “descoberta” pelos clientes. Isso porque a ideia é que o fornecedor original fique invisível, uma vez que um produto genérico adaptado pode transmitir uma imagem equivocada ao consumidor.

No entanto, é preciso manter a transparência na comunicação com o público. Se os clientes identificarem uma solução white label oferecida pela sua empresa, o melhor a fazer é admitir e justificar essa escolha.

Um ótimo exemplo é a TecToy assumindo que utilizou como base um console de outra empresa, justificando que seria o melhor caminho para garantir a qualidade e conforto do seu novo portátil.

Tenha atenção ao contrato

Para atuar com soluções white label, é fundamental ter um contrato detalhado para formalizar a parceria. Esse documento deve especificar custos, volumes mínimos de pedido, prazos de produção e entrega, padrões de qualidade, responsabilidades de cada parte e políticas de devolução ou defeitos, por exemplo.

Entendeu o que é white label e por que vale a pena?

Esperamos que o conceito de white label tenha ficado claro para você e que possa ser útil para o crescimento do seu negócio. Se bem utilizada, essa estratégia é uma boa oportunidade para empresas que buscam inovar e expandir sua atuação no mercado de forma ágil e com custos controlados.

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